Apadrinhamento civil atrai poucas famílias

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A lei que criou a figura do apadrinhamento civil entrou em vigor há cinco anos, mas esta solução para crianças ou jovens que não podem ser adotados tem tido pouca adesão das famílias.

 

Em dois anos, 2012 e 2013, não chegou a vinte o número de crianças ou jovens apadrinhados em todo o país. A Segurança Social identificou em 2013, 75 crianças em acolhimento que poderiam ter padrinhos civis, menos uma do que no ano anterior.

Teresa Antunes, da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa admite que se trata de uma medida exigente que não convence muitas famílias. “É como pedir a uma família que estabeleça uma relação de parentalidade com uma criança sem contudo serem pais. O que as pessoas nos dizem é que pensavam que se tratasse de uma relação mais esporádica, apoiar uma criança ao fim de semana ou funcionar como uma família amiga”, explica a responsável pela Unidade de Adoção, Apadrinhamento Civil e Acolhimento Familiar da Santa casa da Misericórdia de Lisboa.

Teresa Antunes acrescenta outros obstáculos. A situação económica de muitas famílias, algum desconhecimento sobre o apadrinhamento civil e o facto de os interessados, muitas vezes, não conhecerem quem vão apadrinhar.

A lei entrou em vigor há cinco anos e pode ser uma solução para os menores que não estão em condições de ser adotados. Ao contrário do que acontece nos casos de adoção, a criança ou jovem mantém os laços com a familia biológica.

Na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em cinco anos apenas se registou um caso de apadrinhamento civil.

Joaquim Ferreira