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28.12.2022 | https://pontosj.pt/especial/todas-as-criancas-tem-o-direito-a-ser-e-a-sentir-se-incondicionalmente-amadas/

“Todas as crianças têm o direito a ser e a sentir-se incondicionalmente amadas”

 

Para um cristão inspirado por Jesus, no modo como vai ao encontro do outro e das suas fragilidades, proteger e cuidar de uma criança é tão simplesmente amá-la incondicionalmente, Parece tão simples. mas é o maior desafio das nossas vidas. 

Hoje é dia da criança. Recordo a Convenção sobre os Direitos da Criança, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989 e ratificada por Portugal em 21 de setembro de 1990, e alegro-me pelos passos importantes que foram dados até hoje no reconhecimento de direitos das crianças que hoje sentimos como elementares, mas que não o eram há muito pouco tempo. Mas, apesar de satisfeita pelo caminho percorrido, não consigo deixar de me inquietar com tanto o que falta fazer.

É urgente continuar a gerar conhecimento sobre as causas dos abusos de poder, em todas as suas formas, pois só conhecendo as causas podemos agir sobre elas, cuidar de quem abusa e prevenir novos abusos.

É urgente continuar a sensibilizar para o impacto dos maus tratos e dos abusos nas crianças e jovens que deles sofrem por parte daqueles em quem deveriam poder confiar, seja no seio familiar, seja noutros contextos que deveriam ser seguros.

É urgente acabar com a postura de indiferença. Todos somos poucos no momento de cuidar e de proteger a criança que está a sofrer. Nem todos somos como o Bom Samaritano que se ocupa da criança sofrida, mas não devemos passar ao lado, ignorando, desprezando ou negando o sofrimento do outro. É urgente agir.

É urgente acabar com a postura de indiferença. Todos somos poucos no momento de cuidar e de proteger a criança que está a sofrer. Nem todos somos como o Bom Samaritano que se ocupa da criança sofrida, mas não devemos passar ao lado, ignorando, desprezando ou negando  sofrimento do outro.

Os nossos gestos, as nossas atitudes, as nossas palavras, vão ao encontro das crianças e jovens que nos são entregues para cuidar, proteger e amar? As crianças que são colocadas na nossa vida vivem, através da relação connosco, a experiência de ser cuidado, de ser protegido, de ser respeitado, de ser escutado, de se sentir reconhecido? Sentem-se amadas? Sentem-se incondicionalmente amadas?

Para um cristão, inspirado por Jesus no modo como vai ao encontro do outro e das suas fragilidades e vulnerabilidades, proteger e cuidar de uma criança é tão simplesmente amá-la incondicionalmente. Parece tão simples a fórmula, mas é o maior desafio que temos na nossa vida enquanto pais e educadores.

Como qualquer desafio, precisamos de um plano. O primeiro passo é reconhecer que nem sempre agimos bem. Depois, acreditar que podemos fazer mais e melhor. Por fim, querer fazer melhor. E depois é exercitar a arte de Bem Cuidar todos os dias, com persistência.

E, como que por “magia”, começa a brotar vida da vida das nossas crianças, pois a partir desta experiência de amor, a criança conseguirá cuidar da relação consigo, da relação com os outros, da relação com o meio e da relação com Deus.

Pudesse eu reescrever a Convenção sobre o Direito das Crianças e começaria assim: “Todas as crianças têm o direito a ser e a sentir-se incondicionalmente amadas”.