A caminho do Carregado senti o coração apertado. Nunca tinha animado um fim de semana da Candeia. Será que estaria à altura? Será que os miúdos iam gostar? E se fizessem perguntas difíceis? E se não gostassem das atividades?
Mas a verdade é que se cheguei com medo do que ia acontecer, saí com medo de faltar muito tempo até voltar a animar um fim de semana destes, porque foi mesmo bom.

Tudo começou com a preparação entre animadores. Logo aí me senti em casa, em Candeia. E porquê? Porque a Candeia tem este dom de ser uma porta aberta a todos, sem julgar, sem fazer distinções.
Mas o verdadeiro fim de semana começou com a chegada dos fagulhas. Eram tantos e tão diferentes, uns vinham como eu, com medo do que podia acontecer, outros vinham cheios de energia e vontade de saber o que iam fazer durante aqueles 3 dias e alguns ainda com alguma vontade de se irem embora. Mas à medida que o tempo ia passando senti que pouco importava como ali tínhamos chegado porque a certa altura éramos um grupo unido, que parecia já se conhecer há muito tempo e que queria tudo menos ir embora.

Foram dias em cheio em que fizemos de tudo. Dançámos na roda sem vergonhas, aprendemos aplausos, fizemos jogos até já não haver energia, conhecemos a cozinha da mamã, aprendemos a fazer gelados e organizámos o grande “Fagulhas Winter Fest”.
Para além disso, percebemos a importância de estar perto de Jesus e agradecer o que ele nos dá todos os dias. Confiámos uns nos outros e demos um bocadinho de nós a cada um, aprendendo a pedir e a ser colo nos momentos mais difíceis e a ver na Candeia e naqueles que fazem parte dela um porto de abrigo quando as coisas se complicam.

“Da relação nasce a luz”, e que bom que foi ver tantas relações de amizade nascerem ali. Tantas mini candeias a acender-se naqueles dias. Foi nestas pequenas luzes que se foram acendendo que senti o que é ser Candeia. Nas conversas mais sérias com alguns fagulhas, no empenho com que aprendiam o “Candeia let’s go”, na prontidão com que ajudavam os animadores a distribuir o almoço, nas amizades que iam crescendo, e no tanto que deram de si a este fim de semana.

Saí do Carregado com a certeza de que a Candeia é uma luz na vida de cada um destes fagulhas mas também o é na nossa. Uma luz que nos convida a procurar viver com o essencial e a trazer para o dia a dia a mão cheia de coisas boas que aprendemos quando estamos juntos.

Se este fim de semana vai deixar saudades? Muitas, mas o bom de “sermos Candeia todo o ano” é que já podemos contar os dias para voltarmos a viver dias como estes!

Maria Conde